As Responsabilidades da Engenharia na Diminuição dos Impactos causados por Desastres Naturais

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Desastres naturais são eventos que podem ser previstos e a engenharia pode trabalhar para reduzir seus impactos. Confira quais as responsabilidades dos engenheiros frente aos desastres naturais.

Nossa primeira postagem voluntária! Agradecemos à engenheira civil Natássia Cardoso Bilésimo por aceitar esse desafio e por nos enviar esse ótimo texto sobre o papel do(a) engenheiro(a) na redução dos impactos oriundos de desastres naturais. Confiram.


Muitas são as dúvidas quanto as responsabilidades de um engenheiro na diminuição de impactos ocasionados por desastres naturais.

Nesta postagem, explicaremos que, de um modo geral, as atividades realizadas por engenheiros civis possuem estreita ligação com a segurança da comunidade.

Prever cenários com a possibilidade de ocorrência de eventos meteorológicos extremos, é um exemplo das suas responsabilidades.

Entre os dias 14 e 18 de março de 2015, após discussões, os 187 estados presentes na 3ª Conferência Mundial da ONU para Redução de Riscos de Desastres, em Sendai/Japão, estabeleceram um marco, denominado Marco de Sendai, para a redução de riscos de desastres entre os anos de 2015 e 2030.

Deslizamento em estrada
Deslizamentos são um exemplo típico de desastre ambiental.

Os estados creem que a partir dessa proposta, muitas mortes e destruições devido a desastres naturais possam ser evitadas.

Na conferência também foi visto que para reduzir significativamente os números de mortes e danos ambientais e econômicos até 2030, se faz necessário que haja comprometimento não somente dos gestores, como da sociedade como um todo.

Entre os objetivos desse marco, estão atividades relacionadas a antecipação, planejamento e redução de riscos, para que assim, se consiga proteger a comunidade de forma mais efetiva.

Segundo o Glossário de Defesa Civil, Estudos de Riscos e Medicina dos Desastres, um desastre causa danos humanos, materiais e ambientais, além de prejuízos econômicos e sociais, sendo ele resultante de eventos adversos que podem ter origem natural ou serem provocados pela ação antrópica.

A intensidade de um desastre pode ser dada pelo grau de vulnerabilidade do ecossistema atingido.

Lélio Bringel Calheiros, em Conferência Geral sobre Desastres, afirma que “a elevada quantidade de ocorrências de desastres é consequência da mentalidade e do conceito existente no Brasil de que a Defesa civil atua durante ou depois de o desastre acontecer”, sendo que entre as ações da Defesa Civil está a de prevenção, com o intuito de evitar ou minimizar os impactos decorrentes.

Vale ressaltar que, o glossário mencionado anteriormente, traz o significado para Defesa Civil como “conjunto de ações preventivas, de socorro, assistenciais e recuperativas, para evitar ou minimizar os desastres, preservar a moral da população e restabelecer a normalidade social”.

No Brasil, muitos dos desastres estão relacionados a períodos de chuvas intensas, já que as mesmas podem condicionar a ocorrência de inundações e movimentos de massa.

Atualmente, existem muitos métodos para a previsão de chuvas intensas, logo, esse fenômeno não pode ser considerado como uma variável totalmente imprevisível.

Chuva Intensa
Chuvas intensas podem ser previstas e devem ser consideradas em projetos de engenharia.

Segundo José Carlos de Freitas, 1º Promotor de Justiça de Habitação e Urbanismo da Capital/SP, durante o 3º Simpósio Brasileiro de Desastres Naturais (SIBRADEN) e 13º Congresso Brasileiro de Geologia de Engenharia e Ambiental, é insustentável a ideia de que as chuvas intensas deflagradoras de danos e prejuízos não podem ser previstas, já que entre as responsabilidades de um engenheiro estão o conhecimento, análise de dispersão e tratamento de dados que promovam a segurança da sociedade.

Dessa maneira, durante o processo de concepção de um projeto, o engenheiro necessita prever os eventos extremos que podem vir a ocorrer, já que muitas são as técnicas para obtenção de informações e parâmetros a serem considerados.

Uma ressalva deve ser levantada, as informações que são de difícil obtenção, pois a elas, o engenheiro deverá equilibrar a incerteza por meio de fatores de segurança.

Natássia Cardoso Bilésimo é engenheira civil, formada pela Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) e Mestre em Engenharia Civil pela UDESC. 

Referências Consultadas:

Nações Unidas. Conferêcia de Sendai adota novo marco para reduzir riscos de desastres naturais no mundo.
Ministério da Integração Nacional.
Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Arquitetura. Fórum da Construção.


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Author: Postagem Voluntária

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