Educação em Singapura
Singapura alcançou o primeiro lugar no ranking de educação do PISA. Entender sua história e sistema educacional é fundamental para buscarmos o mesmo caminho.
Poucos dias atrás foi divulgado o ranking de educação do PISA (Programme for International Student Assessment – Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), e como muitos sabem, o Brasil não foi bem (veja notícia aqui).
Porém, não foi isso que chamou a minha atenção. O que chama atenção são as altas pontuações da Singapura!! (Sim, é Singapura com S). Para entender um pouco disso, vejamos um pouco da história deles.
Singapura tornou-se republica somente a poucos 45 anos atrás – em 1965 – onde começou como um pais pobre e pouco desenvolvido. Embora com dificuldades, o pais focou seus investimentos em educação básica. Entre os anos de 1959 e 1978, um novo sistema educacional foi criado, onde diversos professores foram contratados e novas escolas construídas.
Lembrando que esse novo sistema é bilíngue, onde era ensinado o Inglês (como idioma oficial) e a língua materna do estudante (Mandarim, Malay ou Tamil).
Nos anos seguintes, até meados de 1996, o sistema educacional foi modificado para aumentar a competitividade com outros países asiáticos. Novos caminhos foram dados aos estudantes, diferentes cursos eram ofertados para desenvolver as habilidades necessários para o mercado de trabalho.
Além disso, institutos técnicos e universidades foram criadas para aprimorar a educação do pais.
Entre 1997 e 2011, devido à expansão da economia baseada no conhecimento, Singapura realinhou sua economia de manufatura especializada para economia de criação de bens e serviços de alto valor agregado.
Dessa forma, foi criada uma nova filosofia de ensino “Thinking Schools, Learning Nation” (“Escolas de Pensamento, Nação de Aprendizagem”), onde seriam desenvolvidos pensamentos críticos e criativos e uma paixão pelo aprendizado constante, e a educação seria o núcleo da identidade do pais.
Para implementar tal filosofia, aumentou-se a flexibilidade e variedade nos sistemas escolares, sendo que o currículo foi reduzido para aumentar as atividades relacionadas à pesquisa. Além disso, um grande investimento foi realizado em tecnologias de informação e comunicação para facilitar as novas modalidades de ensino.
As escolas também foram organizadas em grupos para compartilhar atividades, conferindo maior autonomia e facilitando o desenvolvimento de uma cultura pela busca da melhoria continua.
A partir dessa filosofia, foram desenvolvidas as diretrizes com os valores e competências dos estudantes.
Tais diretrizes guiam as escolas no desenvolvimento de seus programas e currículos. Além disso, programas extra-curriculares são oferecidos para que os estudantes possam desenvolver o seu interesse em artes, música e esportes, bem como aprimorar seu senso de liderança e responsabilidade social.
Mas não é somente nos estudantes que há investimentos, os professores são incentivados a trabalharem da melhor forma possível e sempre inovarem-se profissionalmente.
Com certeza não foi uma jornada fácil, mas Singapura conseguiu elevar seus status de país de terceiro mundo para país de primeiro mundo em apenas uma geração, demonstrando um caminho a ser seguido.
Consulte mais em:
OECD – PISA.
Ceticismo.net.