Infiltração de Lixiviado

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Você sabe quais os impactos ambientais de um aterro sanitário? Será que é possível modelar o fluxo do chorume que infiltra no solo? Confira nossa postagem e descubra.

Sabe-se que os principais impactos ambientais causados por aterros sanitários têm como causa a formação de gases e de lixiviado, também denominado líquido percolado, efluente líquido de aterros sanitários ou ainda chorume, denominação esta mais popular.

Os lixiviados são compostos provenientes da infiltração, percolação de água no maciço e da biodegradação dos resíduos sólidos.

Entre estes impactos podem ser citados incêndios e explosões, danos à vegetação, odores desagradáveis, poluição das águas subterrâneas, poluição do ar, aquecimento global dentre outros.

[Texto originalmente publicado no Linkedin]

Os riscos que os aterros sanitários representam à saúde pública e ao meio ambiente começaram a ser foco de atenção na década de 1970. Com o aumento da consciência em relação a temas como aquecimento global e desenvolvimento sustentável, os gestores de serviços de tratamento e disposição de resíduos têm sido pressionados a melhorar o controle das operações relacionadas e a minimizar os impactos ambientais.

Neste contexto, a utilização de ferramentas gerenciais sob a forma de programas computacionais para a simulação do comportamento hidrológico de aterros sanitários surge para estabelecer metas socioeconômicas e ambientais inerentes aos empreendimentos.

Assim, a utilização de modelos de simulação matemática dos processos que ocorrem em um aterro sanitário constitui uma ferramenta efetiva para o entendimento e gestão do sistema, vindo a auxiliar no planejamento estratégico do empreendimento onde, através dos resultados obtidos, é possível avaliar os impactos do aterro em relação à área do empreendimento e à vizinhança, além de identificar possíveis riscos de falhas do sistema ou ainda a infiltração deste lixiviado através dos poros criados pelas raízes das plantas, indo consequentemente para o solo (saturado ou insaturado) podendo ainda contaminar o lençol freático.

Com estas informações, podem ser realizados a verificação e o ajuste do dimensionamento para a área do aterro, de acordo com a evolução do aterro ao longo do tempo. Através dos modelos, também é possível efetuar previsões para cenários futuros, com simulação para diferentes alternativas de projeto, o que permite fundamentar as tomadas de decisão.

As principais partes interessadas nos resultados e conclusões da modelagem dos processos em aterros sanitários podem ser, além dos próprios empreendedores e de órgãos executivos da administração pública, os organismos de fiscalização e controle ambiental, organizações não governamentais e o público em geral.

Portanto, a transparência das informações sobre as condições operacionais e de controle ambiental, em áreas de aterros sanitários, promove credibilidade da empresa responsável em relação ao sistema operacionalizado para a disposição final de resíduos sólidos urbanos.

A modelagem de aterros sanitários, por meio de equações matemáticas, pode ter como principais objetivos a simulação do movimento de líquidos no interior do maciço, a biodegradação da matéria orgânica presente nos resíduos, a produção de biogás e os recalques decorrentes da acomodação do maciço. Em especial, a avaliação da qualidade e da quantidade de lixiviado gerado é um item de muita importância para o gerenciamento de um aterro sanitário.

Muitos modelos matemáticos, hidrológicos e computacionais vêm sendo utilizados para avaliar o comportamento e a infiltração do lixiviado oriundo dos aterros sanitários no solo.

Dentre os modelos mais utilizados, destaca-se o modelo Hydrus 2D, modelo este que  pode  simular  transporte de água,  calor  e soluto/percolado  em  solos  insaturados,  parcialmente saturados  ou meios  porosos  saturados.  Ele utilizado à a equação de Richards para o fluxo dos meios saturados ou insaturados por meio de balanços de massa.

Já o Modelo de Balanço Hídrico Help avalia o movimento de percolado nos aterros sanitários, Escoamento Superficial, Tipos de Camada, Evapotranspiração, Percolação Vertical e Drenagem Lateral.

E o modelo MODUELO2, utilizado para produzir os processos  hidrológicos  no  aterro  sanitário  sobre  diferentes  parâmetros, reproduz de maneira fiel as condições e características do aterro.

Todos os 3 modelos são muito eficientes e simulam todo o comportamento do aterro sanitário e do lixiviado ao longo do tempo e submetido a diferentes situações (chuva, vazão, clima, releve, dentre outros). Com isso, modelar esses processos é extremamente importante, pois permite estimar o tempo que um contaminante pode ficar na natureza, sua dispersão, avaliação de cenários, dentre outros.

Muitos estudos e pesquisas vêm sendo realizados para monitorar ou até mesmo prevenir a percolação do lixiviado, pois se descartado de forma inadequada no  solo, ele pode ocasionar graves  danos  ao  meio  ambiente  e  à  saúde  pública.



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Author: Émilin CS

Engenheira ambiental. Têm experiência na área de saneamento e gestão ambiental, buscando soluções usando QGIS e Bizagi. Atua na área de modelagem matemática para rompimento de barragens com software HEC-RAS.

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